Víctor Manuel Ramos Lemus

Professor Associado IV do Setor de Letras Espanholas do Departamento de Letras Neolatinas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Tem Graduação em Lengua y Literatura Hispánicas pela Universidad Nacional Autonoma de Mexico, UNAM (1996). Mestrado (2000) e Doutorado (2004) em Teoria Literária no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Literatura da Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ. Tem estudos de pós-doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS (2019-2020), e estância pós-doutoral na Universidad Autónoma Metropolitana-Azcapotzalco, UAM-A (11/2019 – 03/2020), no México. Atua nas áreas de Literatura Espanhola, Literaturas Hispano-americanas e Teoria Literária, tanto em cursos de Graduação como de Pós-Graduação, na FL/UFRJ. Membro do grupo de pesquisa “Formação do Brasil Moderno: literatura, cultura e sociedade” cadastrado no CNPq. Professor do Programa de Pós-Graduação em Letras Neolatinas, também ministra cursos no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Literatura da UFRJ. Desenvolve atualmente o projeto de pesquisa: “Missão cumprida. Institucionalidade e discurso estético na formação da prosa narrativa de ficção no México (1850 / 1950)”. Tem publicado trabalhos sobre diversos autores espanhóis e hispano-americanos, enfatizando a dialética de prosa artística e processo social, no âmbito da teoria crítica da sociedade. De maneira recente, tem publicado também trabalhos sobre a formação do sistema literário no México, assim como sobre autores desse país a partir da Generación de la Casa del Lago ou Generación del Medio Siglo.

Projeto de pesquisa

Missão cumprida. Institucionalidade e discurso estético na prosa narrativa de ficção na literatura mexicana (1850 – 1950)
Descrição: Introdução As últimas décadas do século XX e as primeiras do XXI, nos países hispânicos, registram o aumento da produção de obras de ficção que abordam temas políticos e históricos. Paixão pela história, paixão pela tribuna política, paixão pela praça pública. São esses os signos que caracterizam o nosso tempo. São eles que explicam não apenas o auge da crônica, da reportagem e do ensaio, mas também das formas híbridas da narrativa contemporânea, como o romance de reflexão histórica ou o romance-ensaio, que misturam as formas ficcionais e não-ficcionais sem pedir licença. Não se trata de romances históricos, como Lukács os definiu em 1936-1937, e menos ainda daquilo que Seymour Menton caracterizou como O novo romance histórico da América latina. Trata-se de obras de indagação política ou histórica que ainda assim se colocam como ficções. E não por modéstia, mas para ampliar o terreno da reflexão. Explicações do fenômeno A contundência desse fenômeno é de tal ordem, que a crítica não resistiu à tentação de inventar teorias explicativas. A primeira, que vem de Hegel, afirma que a arte, tendo se consolidado como esfera autônoma e diferenciada na modernidade, se esgotou enquanto experiência específica, e é chegada a hora de usufruí-la, também, enquanto experiência filosófica. Na segunda, afirma-se que após o apocalíptico ano de 2000, a literatura teria perdido sua autonomia enquanto forma específica de conhecimento e de institucionalidade, o que explica que seja vista como documento político ou histórico, e não interessa mais distinguir se se lê como literatura ou como não-literatura. Na terceira, se alega a existência de uma especificidade pseudo-ontológica no mundo hispânico, o que faz com que aqui, as obras funcionem de maneira híbrida ? muito diferente de um suposto centro europeu em que as esferas da ética, da estética e do conhecimento seriam campos bem delimitados O romancista e crítico mexicano Pedro Ángel Palou afirma que o traço que define a narrativa ficcional no México é sua estreita relação com a história, e que a pureza estética não faz parte de um sistema relativamente autônomo, como é o mexicano. O que me interessa explorar brevemente aqui é essa encruzilhada (que não aceita pacificamente nem descarta nenhuma das três hipóteses esboçadas acima, todas elas valiosas) em que a consideração puramente epistemológica e formalista sobre a especificidade dos discursos ficcionais e não-ficcionais nos países hispânicos deixa lugar à reflexão sobre a institucionalidade literária. Formação da prosa narrativa de ficção no México A história da formação da prosa narrativa de ficção no México pode ser explicitada na afirmação do crítico literário José Luis Martínez: ela foi fruto da vontade de ter uma literatura por parte dos seus criadores. Se a literatura propriamente mexicana (e não mais Novohispana) começa a se formar com a poesia da Arcádia em 1805 e o jornal Diario de México, sob o mesmo espírito neoclássico, mas com signos diferenciados, começa o árduo caminho da prosa, com El periquillo sarniento, de José Joaquín Fernández de Lizardi, em 1816. Nesta pesquisa, interessa destacar seis aspectos do fenômeno literário que permitem compreender a formação da prosa narrativa de ficção no México: a) Obras b) Publicações c) Instituições d) Grupos e associações e) Antologias e coletâneas f) Crítica Aqui, não pretendo estudar o romance histórico propriamente dito, que existe como corpus diferenciado na literatura mexicana, e tem seus antecedentes muito provavelmente no Gil Gómez el insurgente o la hija del médico (1858), de Juan Díaz Covarrubias, mas aquele que, abdicando de qualquer pretensão de ser testemunho ou história, se coloca como pura e simplesmente literatura. É muito provável que a distinção seja tênue e problemática em alguns casos. Mesmo assim, esta pesquisa parte desse empenho.

Orientações em andamento

Doutorado

Diego Cardoso Perez

Tarciso Gomes do Rego

Sylvia Helena de Carvalho Arcuri

Simone Silva do Carmo

Mestrado

Thamires de Moura Ribeiro Silva

Priscila Maria de Souza Dantas

Beatriz Prudencio Pontes

Trabalho de conclusão de curso

Fernando Tadeu Pinto
Isabelle Tavares Navega